Nesta escola de paredes arrancadas, estao alojadas 25 familias incluindo cerca de 50 criancas. Sao familias incompletas, a todos lhes falta alguem. A fatalidade que sofreram manteem-nos unidos como uma grande familia.
Do outro lado da escola, esta' um mar azul turques, tao calmo, tao inocente, tao dificil de se imaginar a tragedia que teve lugar aqui mesmo dentro desta sala d'aulas agora sem paredes.
Tantas maos estendidas, olhos melancolicos a querem sorrir.
No meio da agitacao ansiosa para receberem algo, e' tocante observar-se a solidariedade das criancas mais velhas a trazerem para a frente os mais pequeninos, que ficam para traz rendidos ao habito de serem vencidos.
As caixas de lapis de cor, as canetas de filtro e as roupas depressa desaparecem. Olho em frente e vejo a desilusao dos que nao receberam. Acabo por dar o saco, a mochila, as canetas, os lencos de papel e tudo o que me restava mas mesmo assim nao chegou para todos.
Quando se aperceberam de que ja nao restava mais nada, nao protestaram apenas sorriram mas os olhos continuaram melancolicos. A atitude destas criancas, de compreensao e aceitacao de nada receberem ainda mais tocante e'.
Vou ter que fazer algo para que estes sorrisos tristes se tornem em sorrisos alegres.
Nao me posso ir embora assim.
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