Saturday, January 15, 2005

Ditos 'a superficie

So' mesmo alguem como a Bo Derek para dizer algo tao inteligente.
E so' mesmo um sitio como Hong Kong com uma promocao assim!

Diz-se em Hong Kong que o desporto nacional e' ir 'as compras (shopping), mas ainda nao vi por aqui nenhuma loja a vender felicidade. Se alguem a encontrar avisem-me. E ja' agora se encontrarem uma loja a vender inteligencia, digam 'a Bo.

Lost in Translation... again

dizia aqui um amigo para mim: "Nao sei porque e' que tiveste tanta dificuldade em arranjar casa. Nao sabes que existem placards para consulta publica, com anuncios de alugueres e vendas de tudo um pouco?"

eu: "ah, nao sabia!"

amigo: "'a proxima quando precisares vais 'a rua da entrada principal da universidade, e ves no passeio oposto 'a entrada, um desses placards. tem sempre optimas ofertas."

eu: "obrigado!"

Ontem 'a tardinha, passei pela tal rua e resolvi procurar o tal placard e ver que tipo de ofertas iria la' encontrar.
Bem... la' encontrar o placard foi facil mas tinha-me esquecido do habito que as pessoas aqui teem de que quando nao percebemos algo que nos dizem em chines, escrevem num papel com a certeza de que todo o ser humano adulto sabe ler caracteres chineses. Afinal e' assim que todos nos iniciamos a nossa escolaridade... not!

Agora para saber se as ofertas eram boas ou mas, ou mesmo se eram ofertas e' que nao consegui saber...tenho que pedir ao meu amigo que me escreva a explicar!

Friday, January 14, 2005

Quando as dimensoes se aproximam, convergem e se fundem... ou nao - part II

Dimensao cybernetica funde-se com a humana – do outro lado do ecran abriu-se uma porta

Conhecer pessoalmente o autor dum blogue, nao e’ como reencontrar um velho amigo nem tao pouco como conhecer alguem pela primeira vez.
Quando estableci o primeiro contacto, senti-me um pouco perdido comigo mesmo e um pouco estranho pela forma familiar como comunicamos sem nunca antes nos termos conhecido. Era a mutua cumplicidade dum mutuo conhecimento captado ‘a distancia. Como se essa pessoa tivesse observado as minhas vivencias de longe e eu lhe tivesse feito o mesmo e ambos sabiamos disso.
Assim, durante um periodo de tempo ligeiramente maior (apenas ligeiramente) do que aquele que demoro no computador, andei por Portugal, a fazer um pequeno zapping de blogues. Foi rapido e nao deu para muito mas deu para conhecer pessoas interessantes e apaixonantes que estao por detras de blogues marcantes! Foi apenas uma espreitadela para o outro lado das portas mas fiquei com as chaves e com a intencao de as abrir de novo.
E agora aqui, ao clicar nesses blogues, nao vejo apenas um ecran com palavras e imagens, vejo tambem um pouco de alguem que conheci pessoalmente!

Uma mensagem de carinho muito especial a tod@s bloggers que conheci pessoalmente que me proporcionaram o prazer de estar convosco e de vos conhecer mais de perto bem como aos vossos espacos cidades.

Nos proximos dias partilharei convosco imagens destas viajeans na minha terra.

foto acima: Porta lateral do convento da Batalha - Dec.04

Thursday, January 13, 2005

Quando as dimensoes se aproximam, convergem e se fundem... ou nao

De regresso, nao a casa porque isso ja’ foi ‘a 10 dias, regresso ao percurso da vida, abanado e alterado pelas consequencias tragicas dos acontecimentos do dia 26 de Dezembro de 2004.
O percurso prossegue, ligeiramente desviado do antes planeado. Agora ha' outros novos objectivos que se somam aos antes aspirados.

Voltar atraz no tempo e tentar mudar os acontecimentos nao e’ possivel, e’ apenas possivel uma passageira ilusao do passado, momentaneamente trazida de volta ao presente.
A vida tem varias dimensoes, a do tempo, a do espaco, a humana, etc.... e uma nova, a cibernetica, que re-cria um mundo paralelo e coexistente com o tangivel.
Esta ultima viagem a Portugal, foi uma viagem que me levou a todas essas dimensoes e permitiu-me aproxima-las e as vezes converge-las numa so’.

Passeio a 360 graus
Estas ferias deu para voltar a sitios que fazem parte do meu passado, olha-los, senti-los e saborea-los, reviver de forma breve mas intensa um pouco da minha historia pessoal.
Quando volto a um sitio depois de muitos anos de ausencia, da-me a sensacao que tudo diminuiu de tamanho, como se tivesse sofrido um processo de envelhecimento humano e tivesse mingado com o passar dos anos.
Sitios antes cheios de movimento e accao, estao hoje silenciosamente abandonados. Outros onde o vazio reinava, estao hoje animados como se assim sempre o tivesse sido.

Foram-se mudando ineviatvelmente os habitos com os tempos!

Vou precorrendo um a um estes espacos que me agitam a memoria e me levam constantemente ao passado ou me trazem o passado a mim.
Vou passeando constantemente entre duas dimensoes, dois tempos, duas realidades. E’ tripante esta experiencia, quase chega a ser alucinante. Chego ate’ a ouvir sons e ver imagens do passado – e’ cinema vivo!
Voltar a sitios onde vivi, depois de muitos anos, e’ uma sensacao estranha e muito pessoal. A cada canto que paro ha sempre promenores que me fazem viajar no tempo e fico ali sozinho parado a ver um filme, so’ meu, que esta’ acontecer ali mesmo naquele espaco mas noutro tempo. Sorrio e comento para mim mesmo e os olhos ate’ me chegam a brilhar, nao sei se da nostalgia ou se da alegria de recordar momentos que ja’ ha’ muito estavam arquivados no subconsciente.
Depois dos muitos filmes, das varias idas e voltas ao passado e dos varios regressos ao presente, lembro-me desta frase:

"O sentido da montagem humana só vem se fizermos como Clarice Lispector e formos ao encontro do que nos espera, na certeza de que tudo na vida tem o estigma da caducidade. Só amar não acaba."
by Frederico Lourenço in “Amar não acaba” e me enviado por JGSC

... e consolo-me com o facto de que tudo tem o seu tempo e que so posso ser o que sou hoje porque precorri o caminho que vai desde esse passado ate hoje.
Fiquei contente de ter dado este passeio de muitos anos a 360 graus!

Estava eu nestes pensamentos quando o toque dum telefone me traz ao presente. Era o primeiro autor dum blog conhecido que eu ia conhecer pessoalmente! Era a chamada para eu regressar ao presente e descobrir o futuro. Iria ser a minha primeira experiencia de conhecer a dimensao humana dum blogue!

fotos acima: Coimbra - Dezembro 2004
(cont...)

Monday, January 10, 2005

Vivemos esquecendo que tudo e’ efémero

Apesar de saber que a vida e’ vuneravel e o “ate’ logo” podera’ nao acontecer, tenho uma certa tendencia para bloquear este facto do meu consciente e ‘as vezes planeio a vida tal como se tivesse um total controle sobre todos os factores e condicionantes que a poderao influenciar.

Vivemos esquecendo que tudo e’ efémero - e’ talvez esse o maior erro das nossas vidas!

Bastaria ter esta verdade sempre presente na minha forma de viver, talvez assim aprendesse a dar mais valor ‘as pequenas coisas da vida que me passam despercebidas; talvez deixasse de reclamar e de julgar; talvez passasse a ser mais tolerante e a respeitar mais os outros; talvez chegasse ‘a conclusao que nada me pertence e talvez compartilhasse mais com quem precisa...

Olhar em frente

A manha do dia 26 de Dezembro de 2004, foi fatidica para tantos milhares de pessoas completamente inocentes e alheias a um fim tao tragicamente precipitado.
Talvez se possa afirmar que este desastre natural afectou o mundo inteiro, de formas mais ou menos directas.
Como todos nos, fiquei triste com tudo o que se passou.
A dor e’ agravada quando se conhecessem pessoalmente as vitimas e por isso doe-me a dobrar com o que se passou na ilha de Koh Phra Thong, onde conhecia muitas pessoas, nomeadamente muitas criancas.
La’, como tambem em muitos outros sitios, perderam-se muitas vidas, mas tenho esperancas de que com a nossa ajuda, algumas dessas criancas voltarao a sorrir.

Fica aqui no lado direito do blogue, por um periodo indeterminado, um link para contribuicoes, para ajudar ‘a reconstrucao das aldeias da ilha de Koh Phra Thong.
Acompanharei de perto o desenvolvimento desta campanha de solidariedade para com os habitantes de Koh Phra Thong, publicarei aqui os resultados e logo que possa voltarei la’ para vos trazer de novo aqui os sorrisos renovados.

Por fim resta-me dizer que sei bem que a dor que sinto e’ totalmente desprezavel em relacao ao que as vitimas estao a sentir.
Faco minhas as palavras duma jornalista australiana* que sobrviveu ao tsunami nessa mesma ilha, Koh Phra Thong:

“It almost feels self-indulgent to talk about my tiny feelings in the scale of grief and loss.”

* Kimina Lyall - Southeast Asia correspondent for “The Australian”
Ler os seus relatos aqui.