Thursday, January 13, 2005

Quando as dimensoes se aproximam, convergem e se fundem... ou nao

De regresso, nao a casa porque isso ja’ foi ‘a 10 dias, regresso ao percurso da vida, abanado e alterado pelas consequencias tragicas dos acontecimentos do dia 26 de Dezembro de 2004.
O percurso prossegue, ligeiramente desviado do antes planeado. Agora ha' outros novos objectivos que se somam aos antes aspirados.

Voltar atraz no tempo e tentar mudar os acontecimentos nao e’ possivel, e’ apenas possivel uma passageira ilusao do passado, momentaneamente trazida de volta ao presente.
A vida tem varias dimensoes, a do tempo, a do espaco, a humana, etc.... e uma nova, a cibernetica, que re-cria um mundo paralelo e coexistente com o tangivel.
Esta ultima viagem a Portugal, foi uma viagem que me levou a todas essas dimensoes e permitiu-me aproxima-las e as vezes converge-las numa so’.

Passeio a 360 graus
Estas ferias deu para voltar a sitios que fazem parte do meu passado, olha-los, senti-los e saborea-los, reviver de forma breve mas intensa um pouco da minha historia pessoal.
Quando volto a um sitio depois de muitos anos de ausencia, da-me a sensacao que tudo diminuiu de tamanho, como se tivesse sofrido um processo de envelhecimento humano e tivesse mingado com o passar dos anos.
Sitios antes cheios de movimento e accao, estao hoje silenciosamente abandonados. Outros onde o vazio reinava, estao hoje animados como se assim sempre o tivesse sido.

Foram-se mudando ineviatvelmente os habitos com os tempos!

Vou precorrendo um a um estes espacos que me agitam a memoria e me levam constantemente ao passado ou me trazem o passado a mim.
Vou passeando constantemente entre duas dimensoes, dois tempos, duas realidades. E’ tripante esta experiencia, quase chega a ser alucinante. Chego ate’ a ouvir sons e ver imagens do passado – e’ cinema vivo!
Voltar a sitios onde vivi, depois de muitos anos, e’ uma sensacao estranha e muito pessoal. A cada canto que paro ha sempre promenores que me fazem viajar no tempo e fico ali sozinho parado a ver um filme, so’ meu, que esta’ acontecer ali mesmo naquele espaco mas noutro tempo. Sorrio e comento para mim mesmo e os olhos ate’ me chegam a brilhar, nao sei se da nostalgia ou se da alegria de recordar momentos que ja’ ha’ muito estavam arquivados no subconsciente.
Depois dos muitos filmes, das varias idas e voltas ao passado e dos varios regressos ao presente, lembro-me desta frase:

"O sentido da montagem humana só vem se fizermos como Clarice Lispector e formos ao encontro do que nos espera, na certeza de que tudo na vida tem o estigma da caducidade. Só amar não acaba."
by Frederico Lourenço in “Amar não acaba” e me enviado por JGSC

... e consolo-me com o facto de que tudo tem o seu tempo e que so posso ser o que sou hoje porque precorri o caminho que vai desde esse passado ate hoje.
Fiquei contente de ter dado este passeio de muitos anos a 360 graus!

Estava eu nestes pensamentos quando o toque dum telefone me traz ao presente. Era o primeiro autor dum blog conhecido que eu ia conhecer pessoalmente! Era a chamada para eu regressar ao presente e descobrir o futuro. Iria ser a minha primeira experiencia de conhecer a dimensao humana dum blogue!

fotos acima: Coimbra - Dezembro 2004
(cont...)

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