Saturday, May 20, 2006

palavras que guardam emocoes...

Hoje chegou o Dia tao desejado para quem o espera.
E' o Dia que marca o inicio de novos sonhos e novas vidas.
E' no entanto tambem um Dia que, 'a medida que esses sonhos se vao presseguindo e vivendo, deixara' de ter a importancia grandiosa que tem hoje. Como tantos outros, ira' dissolver-se na memoria. Mas, o que se sente neste Dia, e' algo maravilhoso e isso devera' ser para sempre, avivado em nos. Felizmente ha' formas de recriar emocoes, independentemente do tempo que entretanto passou, de as acordar em nos: um perfume, uma musica, uma imagem e umas palavras que fizeram sentido e nos tocaram em determinadas momentos. E e' talvez por isso que, a tradicao em Portugal, nos aconselha a eternizar este Dia, com palavras - palavras que guardam emocoes!
Hoje chegou esse dia para a minha Manita!
Hoje e' o dia de recolheres as palavras das amizades do presente, para que um dia ao as releres, sintas o que hoje estas a sentir. Assim, Manita, hoje deves estar feliz por conseguires chegar onde chegaste e sempre que leres estas palavras, iras decerto sentir as emocoes que sentes hoje:
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Eu estou ai' contigo e tu aqui a celebrar comigo!
Muitos Parabens e muitos Beijinhos
Acima de tudo que sejas muito feliz!
manu

Friday, May 19, 2006

Pequeno Almoço nos Himalaias

Pernoitar num mosteiro budista, significa ir dormir quando o sol se esconde. 'As primeiras impressoes, podera' nos parecer um absurdo, mas depois duma viagem fatigante e tendo em conta a calmaria que nos rodeia, depressa se conclui que e' uma optima ideia. Os dormitorios sao obviamente tao humildes como basicos, fazendo lembrar o que deveriam ter sido as estalagem da antiguidade. O vento a sacudir as bandeiras de buda e a fatiga que nos sacudiu, embala-nos num sono profundo e sonhado com realidades e fantasias que se confundem.
Antes do nascer do sol, por volta das 4 da manha, comecam as oraçoes. Cantares hipnotisantes espalham-se em eco, ocupando o vazio do silencio. Com eles, despertamos dos sonhos e por momentos nao distinguimos a realidade da fantasia.
Quando la' embaixo, o sol começa a espreitar, o ar gélido aquece, tornando menos penoso os banhos nas aguas glaciares.
A pouco e pouco a vida renasce no mosteiro.
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As actividades para a preparacao da primeira refeicao ocupa os residentes que repartem as tarefas de forma organizada.
Finalmente, por volta das 6:00 da manha, o ar fresco da montanha e' invadido por ondas de caril.
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E todos se sentam 'a mesa para participarem na parte mais amarga desta experiencia.
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O pequeno almoco consiste num caril picantissimo de legumes, acompanhado com uma especie de miolo de pao sem sal e regado com cha'.
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O que torna o pequeno almoco, numa aventura amarga, para quem nao esta' habituado a sabores que vao para alem do exotico, e' precisamente o cha'.
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Para quem estiver 'a espera dum cha' aromatico, com mel, limao ou leite, esqueça, pois ira' saborear uma grande decepcçao.
Tal como no Tibete, o cha' aqui e' diluido com mateiga de Yak (especie de bizonte ou bufalo), dando-lhe um aroma e sabor extremamente fortes e temperado com sal. Quando todos os olhares caiem sobre nos e quando nao queremos decepcionar, engolimos e sorrimos e dizemos obrigado por nos terem recebido.
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Com um certo habito, nao havendo alternativa e depois de algum tempo (muito), todos certamente acabarao por se tornar amantes deste amargo e salgado cha' com aroma a yak. Afinal e' a bebida que mais se bebe por aqui. (Esqueci-me de dizer que tambem e' a unica disponivel?)
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Cha', horarios e dieta rígida, 'a parte, prenoitar num mosteiro budista e' uma experiencia enriquecedora e certamente inesquecivel!

Uma viagem tao longe, para chegarmos mais proximos de nos!


photos by Nic at Namobuddha Buddhist monastery, Nepal - april 2000

Tuesday, May 16, 2006

A caminho do mais alem

Photobucket - Video and Image Hosting Foi no Hippie Temple que a viagem comecou. Ja' estava ha' uns dias em Kathmandu sem ter decidido quando e como haveria de seguir na proxima direccao. Entretanto, tudo 'a volta me indicava que seria algures para cima. Estava entao sentado na parte superior do templo, a contemplar a vida, a praca e as gentes, quando fui interrompido, por aquele que viria a ser o meu guia, e me perguntou: Would you like to go further?... (Queres ir mais alem?). A uma pergunta destas - pensei de imediato - nao se pode responder negativamente. Depois duma interessante conversa, sugeriu-me um intenerario que me pareceu interessante: subir uma pequenissima parte dos Himalayas, visitar o sitio onde Buda alimentou uma tigre com a carne do seu proprio corpo e ficar por la' uns dias, alojados num mosteiro Budista.Photobucket - Video and Image Hosting Nao resisti a esta proposta e no dia seguinte partimos com o nascer do sol. Saimos da cidade num autocarro que nos deixou numa povoacao que se estendia no sope das montanhas, Dhulikhel. Dai' tomamos outro transporte que iria subir parte do nosso caminho. Um veiculo que ha' varias decadas tinha sido um autocarro e hoje fazia o pale de todo o terreno com toda a carga, pessoas, animais e mercadorias. A nos, coube-nos uma pequenissima area do tejadilho, que compartilhavamos com outras pessoas, cabras e vegetais.
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Tinha iniciado, sem o saber na altura, a viagem mais perigosa a que alguma vez me submeti. O veiculo roncava montanha acima por caminhos encravados nas encostas, oscilando vertiginosamente, ora contra a montanha, ora perigosamente contra o precipício. Passadas umas horas, chegamos a um cruzamento com um carreiro que cortava a montanha quase a ingrime, onde o veiculo parou e nos finalmente descemos. Para grande alivio meu, teriamos a partir desse ponto, continuar a subir a montanha a pe'. Preferia escalar encostas escarpadas do que continuar naquele balanco constante entre o bater na montanha e o ser projectado em direccao ao vale. Ate' ali tinha sido uma viagem tao assustadora pelo perigo constante, como cansativa pelo esforco enorme para me conseguir segurar no tejadilho do veiculo.
A partir dai', a subida lenta permitiu apreciar a paisagem e so' nessa altura conclui' pela primeira vez que o esforco e o risco tinham valido a pena.
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O sol ja quase se escondia, quando chegamos a um pequenissimo aglomerado de casas, talvez duas ou tres
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e mais umas dezenas de metros em direccao ao ceu, chegamos finalmente ao nosso destino, o Mosteiro Budista que nos iria acolher.
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A chegada ao cimo foi croada com uma enorme sensacao de satisfacao e um grande deslumbramento pela paisagem e por todo o ambiente que nos rodeava.
Estavamos no tal sitio onde Buda tinha mais uma vez dado provas da sua enorme compaixao, que viria a inspirar muitos durante os seculos que se passaram e certamente haverao de vir.
Um dia, durante uma das suas caminhadas de meditacao, Buda encontrou uma tigre e as suas crias, a morrer de fome. Buda, para salvar a tigre e as suas crias, nao hesitou em cortar pedacos do seu proprio corpo e alimentar os animais, salvando-os duma morte prematura. Assim reza a historia, e por isso este lugar passou a ser procurado por peregrinos que veem prestar homenagem a Buda, agradecendo-lhe a compaixao que praticou e legou 'a religiao Budista.
Enquanto que ouvia a historia, com todo o repeito que tenho por esta religiao, nao conseguia tirar os olhos de algo mais terreno - a magnifica paisagem que se encontrava aos meus pes!
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Distraidamente precorro o horizonte e a dado momento deparo-me com Buda que me piscou os olhos, como que a concordar com os meus pensamentos: adorar a paisagem, e' tambem uma forma agradecer aos deuses a nossa existencia.
Tinha finalmente chegado ao mais alem!