


Tinha iniciado, sem o saber na altura, a viagem mais perigosa a que alguma vez me submeti. O veiculo roncava montanha acima por caminhos encravados nas encostas, oscilando vertiginosamente, ora contra a montanha, ora perigosamente contra o precipício. Passadas umas horas, chegamos a um cruzamento com um carreiro que cortava a montanha quase a ingrime, onde o veiculo parou e nos finalmente descemos. Para grande alivio meu, teriamos a partir desse ponto, continuar a subir a montanha a pe'. Preferia escalar encostas escarpadas do que continuar naquele balanco constante entre o bater na montanha e o ser projectado em direccao ao vale. Ate' ali tinha sido uma viagem tao assustadora pelo perigo constante, como cansativa pelo esforco enorme para me conseguir segurar no tejadilho do veiculo.
A partir dai', a subida lenta permitiu apreciar a paisagem e so' nessa altura conclui' pela primeira vez que o esforco e o risco tinham valido a pena.

O sol ja quase se escondia, quando chegamos a um pequenissimo aglomerado de casas, talvez duas ou tres

e mais umas dezenas de metros em direccao ao ceu, chegamos finalmente ao nosso destino, o Mosteiro Budista que nos iria acolher.

A chegada ao cimo foi croada com uma enorme sensacao de satisfacao e um grande deslumbramento pela paisagem e por todo o ambiente que nos rodeava.
Estavamos no tal sitio onde Buda tinha mais uma vez dado provas da sua enorme compaixao, que viria a inspirar muitos durante os seculos que se passaram e certamente haverao de vir.
Um dia, durante uma das suas caminhadas de meditacao, Buda encontrou uma tigre e as suas crias, a morrer de fome. Buda, para salvar a tigre e as suas crias, nao hesitou em cortar pedacos do seu proprio corpo e alimentar os animais, salvando-os duma morte prematura. Assim reza a historia, e por isso este lugar passou a ser procurado por peregrinos que veem prestar homenagem a Buda, agradecendo-lhe a compaixao que praticou e legou 'a religiao Budista.
Enquanto que ouvia a historia, com todo o repeito que tenho por esta religiao, nao conseguia tirar os olhos de algo mais terreno - a magnifica paisagem que se encontrava aos meus pes!

Distraidamente precorro o horizonte e a dado momento deparo-me com Buda que me piscou os olhos, como que a concordar com os meus pensamentos: adorar a paisagem, e' tambem uma forma agradecer aos deuses a nossa existencia.
Tinha finalmente chegado ao mais alem!
4 comments:
Gostei imenso deste post Nic!
Realmente é fantástico quando ficamos maravilhados por uma paisagem... quando se fica com um sorriso parvo na cara, deixando de ouvir o que nos dizem... apenas observando, deixando o local absorver-nos...
Parabéns pelo post!
Saudações Mauberes
Obrigado Mafi, foi pra ti tambem!
:)
oRdEp,
muito bem descrito, foi assim mesmo!
obrigado
:)
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