Tal como o Catatau comentou, tambem eu fiquei com uma enorme curiosidade de conhecer Kathmandu, apos ter lido a obra de Charles Duchaussois, Viagem ao Mundo da Droga. Para quem nao conhece, esta obra fala-nos das viagens dum jovem que precorre o mundo 'a procura de aventuras, acompanhado sempre por um forte desejo de experimentar todo o tipo de drogas. O livro descreve bem e de forma intensa, os efeitos das drogas experimentadas bem como a relacao com os espacos que o personagem principal vai precorrendo, da Europa ao Medio Oriente, chegando ao Extremo Oriente, onde se inclui uma passagem por Kathmandu. Esta viagem de aventuras e alucinacoes, passa-se nos anos 70, altura em que Kathmandu era considerada a meca dos hippies.
O percurso destas pessoas era muito semelhante ao percurso efectuado pelo heroi da obra referida. Vinham por terra e instalavam-se em Kathmandu, onde viver custava pouco e as drogas ainda menos. A fixacacao dos hippies numa zona de Kathmandu deu origem 'a "Freak Street", onde a maioria se instalava e os negocios correlacionados com o seu estilo de vida, floresciam. Aqui procuravam, entre as alucinacoes das drogas e os transes dos deuses, a paz espiritual que ainda nao tinham encontrado.
Era tambem habito dos que seguiam este movimento, adoptar o ritual de fumar marjiuana ou haxixe, ao deus Krisna, fazendo-o em grupo, no seu templo. Tal era a afluencia a este ritual, que este templo passou a ser conhecido, ate' aos dias de hoje, por Hippie Temple.
Em Abril de 2000, a Freak Street ainda existia. Eram ainda visiveis, vestigios dos anos dourados da comunidade hippie: desde os coffee shops, ao artesanato, aos volkswagens e ate' a alguns hippies que se tinham perdido por la' desde os anos 70. As marcas eram notorias, mas faltava ali a euforia descrito por Duchaussois. Ao precorrer a rua, deu-me a impressao que o êxodo se tinha dado 'a relativamente pouco tempo... Os hippies ja' ali nao moravam, mas o seu espirito ainda andava por la'.
O Hippie Temple continua a atrair os ocidentais e ainda por la' se fuma marjuana e haxixe, invocando ou nao, Krisna. Ainda se ve de vez em quando um ou outro hippie perdido no tempo ou no espaco!
Muitos ainda procuram o templo para prestar homenagem a Krisna, outros aos hippies e outros ainda, a eles mesmos. Seja qual for a razao, o Hippie Temple continua a ser um local obrigatorio nos roteiros de Kathmandu.
Do Hippie Temple, ainda hoje partem ainda as grandes trips, sejam elas as expedicoes aos Hymalaias ou as alucinacoes a Krisna!
Boas Viajeans!
photos by Nic at Hippie Temple, Kathmandu, Nepal - April 2000
Descriptions and impressions acquired when travelling abroad... As viagens aqui blogueadas, sao percursos fisicos e mentais, feitos fora da minha terra...
Saturday, April 08, 2006
Friday, April 07, 2006
Abril em Kathmandu
Era uma manha de Abril do ano de 2000 e sobrevoavamos os Hymalaias, quando nos avisaram dos preparativos para a aterragem. Olhando la' para fora, nao pude deixar de sentir uma certa apreensão, pois nao havia qualquer sitio plano 'a vista, onde um aviao pudesse aterrar.
De repente, por detraz dos cumes brancos das montanhas, emerge um vale verde por onde se espalhava um casario castanho
e arrumada a um canto, la' estava a pista que nos iria receber - chegavamos assim ao vale de Kathmandu.
O taxi que me trouxe do aeorporto, deixou-me 'a entrada da praça de Durbar.
'A medida que caminhava atravessando a praça, apoderava-se de mim uma sensacao de estar a recuar no tempo.
Ao entrar nas ruas, essa sensacao aumentou, convencendo-me que tinha acabado de chegar a uma cidade do oriente, algures na idade media.
Estava sem duvida, num autentico museu vivo.
Os edificos, os templos, os palacios,
as pracas, as ruas e ate' as proprias pessoas pareciam-me doutra epoca.
Estava imerso num encantamento mistico.
E ali permaneci, assim durante algum tempo a admirar o que via e a viver o que sentia, com a consciencia de que a magia daqueles primeiros momentos de tal descoberta, se acabaria por desvanecer...
...E assim foi, 6 anos depois, ontem 'a noite quando cheguei a casa e liguei a televisao, ouvi falar de Kathmandu e quando olhei, fiquei triste com as cenas que vi. Eram imagens de violencia exercida pela autocracia dum homem que se intitula de rei. Era a resposta deste homem ao apelo popular da democracia.
Em Abril 2006, o povo do Nepal sai 'as ruas e tal como os Portugueses o fizeram em Abril de 1974, pede democracia. Contrariamente ao que aconteceu aos Portugueses, os Nepalenses nao teem o apoio do exercito, que sob o comando desse rei autocratico, carrega violentamente, castiga e amordaça a voz da democracia.
Ontem, infelizmente as ruas de Kathmandu nao transmitiam a magia sentida em Abril de 2000.
A paz e serenidade de entao, so' poderam voltar 'as ruas de Kathmandu quando o povo do Nepal conquistar a democracia que merece!
Resta a esperanca de que isso aconteca muito em breve.
Post dedicado aos que lutam pela democracia no Nepal.
De repente, por detraz dos cumes brancos das montanhas, emerge um vale verde por onde se espalhava um casario castanho
e arrumada a um canto, la' estava a pista que nos iria receber - chegavamos assim ao vale de Kathmandu.
O taxi que me trouxe do aeorporto, deixou-me 'a entrada da praça de Durbar.
'A medida que caminhava atravessando a praça, apoderava-se de mim uma sensacao de estar a recuar no tempo.
Ao entrar nas ruas, essa sensacao aumentou, convencendo-me que tinha acabado de chegar a uma cidade do oriente, algures na idade media.
Estava sem duvida, num autentico museu vivo.
Os edificos, os templos, os palacios,
as pracas, as ruas e ate' as proprias pessoas pareciam-me doutra epoca.
Estava imerso num encantamento mistico.
E ali permaneci, assim durante algum tempo a admirar o que via e a viver o que sentia, com a consciencia de que a magia daqueles primeiros momentos de tal descoberta, se acabaria por desvanecer...
...E assim foi, 6 anos depois, ontem 'a noite quando cheguei a casa e liguei a televisao, ouvi falar de Kathmandu e quando olhei, fiquei triste com as cenas que vi. Eram imagens de violencia exercida pela autocracia dum homem que se intitula de rei. Era a resposta deste homem ao apelo popular da democracia.
Em Abril 2006, o povo do Nepal sai 'as ruas e tal como os Portugueses o fizeram em Abril de 1974, pede democracia. Contrariamente ao que aconteceu aos Portugueses, os Nepalenses nao teem o apoio do exercito, que sob o comando desse rei autocratico, carrega violentamente, castiga e amordaça a voz da democracia.
Ontem, infelizmente as ruas de Kathmandu nao transmitiam a magia sentida em Abril de 2000.
A paz e serenidade de entao, so' poderam voltar 'as ruas de Kathmandu quando o povo do Nepal conquistar a democracia que merece!
Resta a esperanca de que isso aconteca muito em breve.
Post dedicado aos que lutam pela democracia no Nepal.
Tuesday, April 04, 2006
A seguir...
...voltaremos atraz no tempo e subiremos os Himalayas ate' ao Nepal de Abril 2000. Chegaremos a Kathmandu onde nos sentiremos perdidos entre dois tempos, algures entre a antiguidade e o dia seguinte 'a partida dos hippies. Teremos a oportunidade de constatar quao colorida, era a vida sexual dos deuses da antiguidade!
Repareremos talvez, que a familia real ocupava o lugar que lhe e' tradicionalmente atribuido, sem no entanto pressentirmos a tragedia que a viria assolar, 2 meses depois desta nossa visita.
Repareremos com certeza que se trata de um reino de gentes doceis mas que vivem em paz armada. Tambem nao nos passara' despercebida, a tristeza que esta situacao provoca nos olhares das criancas...
Subiremos o reino, em direccao aos ceus e deixaremo-nos mergulhar em mundos que nao compreendemos mas que sentimos que nos tocam. Dormiremos em mosteiros budistas e de madrugada, acordaremos com os cantares dos monges e o sol a debrucar-se sobre os Hymalaias.
Nessa altura, sentiremos um enorme contentamento, apenas por existirmos. E recebemos o amargo do cha' com manteiga de Yack e sal, como de uma oferta dos deuses se tratasse, pois tomaremos a consciencia de que so o podemos saborear, porque estamos vivos e so' isso e' sem duvida, doce!
A pedido do Swatch, a proxima serie de posts sera' dedicada ao Nepal. Retirarei do bau e colocarei aqui, algumas memorias duma viagem que fiz em Abril de 2000.
photos by me in Nepal, April 2000
Repareremos talvez, que a familia real ocupava o lugar que lhe e' tradicionalmente atribuido, sem no entanto pressentirmos a tragedia que a viria assolar, 2 meses depois desta nossa visita.
Repareremos com certeza que se trata de um reino de gentes doceis mas que vivem em paz armada. Tambem nao nos passara' despercebida, a tristeza que esta situacao provoca nos olhares das criancas...
Subiremos o reino, em direccao aos ceus e deixaremo-nos mergulhar em mundos que nao compreendemos mas que sentimos que nos tocam. Dormiremos em mosteiros budistas e de madrugada, acordaremos com os cantares dos monges e o sol a debrucar-se sobre os Hymalaias.
Nessa altura, sentiremos um enorme contentamento, apenas por existirmos. E recebemos o amargo do cha' com manteiga de Yack e sal, como de uma oferta dos deuses se tratasse, pois tomaremos a consciencia de que so o podemos saborear, porque estamos vivos e so' isso e' sem duvida, doce!
A pedido do Swatch, a proxima serie de posts sera' dedicada ao Nepal. Retirarei do bau e colocarei aqui, algumas memorias duma viagem que fiz em Abril de 2000.
photos by me in Nepal, April 2000
Sunday, April 02, 2006
Sweet dreams!
Com este post encerro aqui a serie que pretendeu registar, ao longo das ultimas 10 semanas, o testemunho pessoal duma pequena passagem pelo Sri Lanka, tentando tambem levar a quem o quis, um pouco das extraordinarias emocoes e energias que por la se vao sentindo.
Pela razao dos meus proprios limites de expressao bem como pela infinita quantidade de emocoes que de la se trazem, muito ficou por dizer e por mostrar.
Serve assim o proposito de vos convidar a continuar a viagem na vossa imaginacao, nos vossos sonhos e porque nao, na linda terra de lindas gentes, que Camoes um dia chamou, Taprobana!
Quando o dia se acaba, nao e' o fim...
Colombo
Galle
Hikkaduwa
Colombo
Sonhos cor de rosa!
photos by Nic in Sri Lanka, Jan-Feb 2006
Pela razao dos meus proprios limites de expressao bem como pela infinita quantidade de emocoes que de la se trazem, muito ficou por dizer e por mostrar.
Serve assim o proposito de vos convidar a continuar a viagem na vossa imaginacao, nos vossos sonhos e porque nao, na linda terra de lindas gentes, que Camoes um dia chamou, Taprobana!
Quando o dia se acaba, nao e' o fim...
"Se souberes adormecer
Com o dia no olhar
O teu sonho viverás..."
Delfins
Colombo
Galle
Hikkaduwa
Colombo
Sonhos cor de rosa!
photos by Nic in Sri Lanka, Jan-Feb 2006
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