Friday, May 14, 2004

"1, 2, 3, 5, 6... espera enganei-me, recomecar: 1, 2, 3, 4, 6... oh nao outra vez, recomecar: 1, 2, 3..."

"o que e' que acham, este voto esta mais para o A ou mais para o B?"
Enquanto que o presidente (o que diz que ganhou) prepara grandes festejos para a cerimonia de tomada de posse, na proxima quinta feira, dia 21 de Maio, esta-se a proceder 'a recontagem dos votos desde a passada segunda feira. A recontagem terminara precisamente na quinta-feira, e "por coincidencia", o presidente toma posse nesse dia.
Se por acaso, a recontagem realmente chegar a um fim e se por acaso se vier a confirmar que o candidato da oposicao e' vencedor, o que fazer???!!!
Ah, mas isto e' se por acaso, porque ou eu nao entendo nada de politica local ou parece-me que o presidente ja sabe o resultado da tal recontagem.
Esperamos que a revolta temporariamente adormecida nao acorde.
Isto de se fazer contas 'a vida tem muito que se lhe diga....oh well... politiquices.

Lost in translation...

When a restaurant in Taiwan has the sign “DRINK TEA” posted, it does not mean that you can go in for tea. The meaning of this sign is literally translated from the Chinese language and it informs the public that the staff is taking a break, in other words the place is CLOSED. In Chinese culture, a break or a meal cannot be dissociated from drinking tea.
The sign “TO RUN BUSINESS”, is more straightforward, It simply means that the business is running, in other words the place is OPEN.

Nem sempre e’ facil compreender o significado de expressoes traduzidas literalmente de uma lingua para outra. As vezes perde-se na traducao, a poesia inerente ‘a cultura da lingua original.
Quando vi pela primeira vez o sinal “DRINK TEA” na porta de um restaurante, aqui na Formosa, olhei para dentro do estabelecimento e vi um grupo de pessoas numa refeicao animadissima. Entrei, julgando que o sinal queria dizer que se vendia cha’ (coisa que estranhei pois nao deve haver restaurante chines nenhum onde nao haja cha’). Pelo olhar espantado do animado grupo, percebi que tinha interrompidao algo de que eu nao fazia parte nem tinha sido convidado. Educadamente foi-me ditto “HE TCHA…HE TCHA”, o que quer dizer “beber cha’, beber cha’”. Pois sim, ate ai ja eu tinha chegado, todo este episodio tinha a haver com o “beber cha’”… mas dai a estar a perceber o que se estava a passar…
Ao sair do restaurante, reparo no outro lado da plaqueta onde estava escrito “TO RUN BUSINESS”...
Daaaahhh *_*... como e’ que eu nao pensei logo no assunto, afinal “DRINK TEA” refere-se ao intervalo para as refeicoes dos empregados do restaurante, e’ que beber cha’ esta’ associado a momentos de lazer, descanso e tudo o que seja refeicao, na cultura chinesa, faz todo o sentido!
Sai com um sorriso e a pensar como e’ que eu nao vi logo, afinal e’ tudo tao logico… quando se sabe!
Mais tarde voltei ao restaurante todo confiante que nao iria cometer o mesmo erro.
Quando entrei e vi como os empregados corriam de um lado para o outro, compreendi de immediato o porque do “RUN BUSINESS”...
Ousar, descobrir, aprender…faz-nos rejuvenecer!

Mais Pinceladas de Luz / Caresses of light


Illuminated bridge over the Love River - Kaohsiung - Sep2002
Ponte sobre o rio Love, cidade de Kaohsiung - o Porto da Formosa!

Tuesday, May 11, 2004

Iguais mas diferentes... same, same but different


Tainan Twins, Taiwan-Sep.2002

Tal como a natureza o faz tao bem, nos seres humanos tambem devemos respeitar as diferencas, aprecia-las e valoriza-las. Pois elas estarao sempre la', por muito iguais que parecam.

Nature never creates exactly the same, twice. Each of its creation is unique.
Sometimes these differences are clearly distinguishable and sometimes they are unperceived by our limited sight, but either way, we must always respect, appreciate and treasure them!

Comentarios ao post “A minha relação com os USA é pessoal e intransmissível (II)”

O Ze Antonio tem vindo a compartilhar conosco, as suas experiencias de vida nos USA, no seu blog Vivendo a Vida.
No passado dia 10 de Maio, publicou a segunda parte, “A minha relação com os USA é pessoal e intransmissível (II)”, a qual recomendo, pela forma viva e sentida que o Ze nos leva aos USA de hoje.
Ficam aqui os meus comentarios:

Ze Antonio,
Ha uma musica, cujo titulo nao me lembro de momento (mas que te poderei referir mais tarde), que reza qualquer coisa assim:
"live in north California, but don’t stay there too long, before you get too soft. Live in New York, but don’t stay there too long before you get too tough."
Para mim, os USA tinha duas cidades com caracteres interessantemente bem marcados mas opostos, e’ precisamente S.Francisco e New York. A primeira pelo seu humanismo e de clima ameno; a segunda pela sua constante actualizacao agressiva e de clima de extremos.
Hoje como tu o referes os USA estam-se a homogenizar em direccao a sua auto destruicao.
Tocaste bem nos pontos que me fazem arrepiar quando me encontro no seio meio: a paranoia. Antes ate gozava com a situacao, mas agora, tornou-se algo de muito serio.
Esta ‘evolucao’ negativa, e’ como tu o referes, causada por politicas internas e externas, sao grandes maquinas a gerarem ideias loucas e respectivas estrategias de implementacao.
Como referi no post de ontem do meu blog, o mundo esta a assistir a algo nunca antes visto, o dominio de um pais sobre o resto do mundo. Sao tacticas incriveis e discaradamente visiveis. Faz lembrar o que Mao Tze Tung fez ‘a China.
O sistema de educacao nos USA de hoje, esta a produzir o tipo de jovens a que te referes, sem interesse mas com muita paranoia. Tambem quando uma escola secundaria, e’ subvencionada por gigantescas empresas de refrigerantes, nao se pode esperar outra coisa, sabendo que estas empresas estao a ajudar em forca ‘a teoria da americanizacao do mundo.
E o pior e mais grave, e’ que estando-se sujeito 'as forcas que facilitam estes movimentos dominadores, perde-se a percepcao da realidade. O esquema esta tao bem montado que a propaganda entra por tudo o que e’ poros, na escola, no cinema, na tv, toda a gente, ou quase toda a gente tem o mesmo tipo de discurso... que lhes foi enformado. E' por isso que eu tenho receio que a situacao nao mude nas proximas eleicoes presidencies.
E’ triste de observar o que se passa hoje, ha um risco enorme de se chegar um dia, a um "Brave New American World", e eu e muitos seres humanos nao gostariamos que isso acontecesse. Queriamos que o mundo continuasse a ter a fantastica diversidade de pessoas e culturas que ainda tem hoje.

Para ilustrar o que disse, ficam aqui extratos de posts que publiquei no passado:

Tuesday, July 22, 2003
Terror Americano

E' com bastante tristeza que o mundo assiste as consequencias (ja previsiveis) dos actos arrogantes das politicas externas dos EUA.
A grande maioria da populacao mundial ja percebeu que nao e' com violencia que se combate terrorismo. Ja se viu que violencia so estimula mais violencia.
O terrorismo nao e algo fisico, tangivel, nao e uma organizacao com um numero limitado de praticantes activos. Trata-se de um movimento ideologico e por isso nunca sera vencido com armas mas sim com inteligencia.
Antes de se ter establecido estrategias de contra ataque, deveria-se ter reflectido e procurado entender o que estimula os terroristas, e ai sim eliminar esses factores que os estimula. Por exemplo: a imposicao de valores ocidentais em culturas distintas, a globalizacao sem escurplos ou respeito pelas diferencas de cada povo, o enriquecimento dos poderosos a custa do empobrecimento dos mais pobres. (…)
Os interessados e obcecados pelo enriquecimento pessoal e pelo dominio de poder, sao naives ao ponto de pensarem que o mundo continuara a deixa-los praticar as suas politicas, sem reagirem.
Todo o mundo reage, o povo protesta, os terroristas atacam, cada qual usa os meios que pode ou que julga poder.
Resultado: o mundo hoje esta muito mais inseguro desde que os EUA lancaram a sua arrogante ofensiva. Na verdade como pode ser visto, so estimularam mais os terroristas.
A unica esperanca sera de uma tomada de consciencia da parte dos lideres mundiais e do povo americano que tera um papel fundamental em dezembro 04. Bush tem que ser substituido por alguem que se interesse pelo bem do mundo agora e nas futuras geracoes e nao como Bush que de uma forma muito limitada e egoista, so se interessa pela sua conta bancaria.

Friday, March 12, 2004
bush e bin laden, uma unica forma de pensar e de agir

O povo espanhol podera agradecer ao pseudo lider dos EUA, o sofrimento que agora sente...
O bush utiliza exactamente as mesmas estrategias do Alcaeda:

"En el nombre de Dios, Clemente y Misericordioso,
Cuando te castigan, tienes que castigar del mismo modo a quienes
te castigaron.
Mátalos allí donde los encuentres; expúlsalos como ellos te expulsaron; la sedición es más grave que el asesinato.
A los que cometen agresiones contra ti, debes hacerles lo mismo."


extracto da carta supostamente enviada por Alcaeda para o jornal El Pais.

Monday, May 10, 2004

Porque sera que o mundo condena a politica externa dos USA ao ponto de recear as suas consequencias?

Antes de dizer qualquer coisa queria deixar aqui saliente, que nao se deve confundir o povo Americano com as politicas externas do governo Americano.
As decisoes e tacticas do ultimo, nao representam o primeiro.
O povo Americano tambem e’ vitima dessas decisoes e tacticas tal como o resto do mundo.
Para alem daquilo que os media nos “enformam”, ainda nos e’ possivel a alguns de nos ver para alem daquilo que eles querem que nos vejamos.
A proposito dum post publicado no blog Vivendo a Vida entitulado “Disney proibe distribuição do último filme de Michael Moore, por ser crítico de Bush” e relativamente ao mesmo assunto, foi publicado no blog Os Tempos que correm um outro post entitulado “A temperatura a que arde a liberdade.”, levou-me a preparar este post para aqui deixar alguns pontos de vista que tentam responder ‘a pergunta acima colocada.
Em Fevereiro de 2003, li um artigo num jornal de prestigio norte americano (do qual nao me recordo o nome), entitulado qualquer coisa como “A estrategia dos 4 M’s”. Basicamente o artigo acusava a existencia de estrategias politicas, cujos objectivos seriam de americanizar o mundo, utilizando 4 M’s: Money; Media; Marketing; Military.
O artigo desenvolveu, o significado de cada “M” e demonstrou exemplos practicos e reais das suas aplicacoes.
O artigo era de certo modo chocante pois alertava para a existencia de uma conspiração a alto nivel na politica dos USA para a longo prazo colonizar o planeta.
Perdi o artigo e ate nem me recordo o jornal que o publicou, ja que na altura so tive acesso ao recorte.
No entanto ficou-me a ideia dos 4M’s e cada dia que passa consigo ver o que o jornalista nos queria transmitir nesse artigo.
‘A falta do artigo, fica aqui extratos de textos publicados no “Frontal”, que se define como um jornal independente, em português, virtual, cujo único objectivo é informar o mais próximo possível da verdade:

Institutos americanos da extrema-direita, os chamados Think Tanks, abandonaram 1998 a sua existência à berma do ocultismo e iniciaram a publicação dos seus planos para um Império Americano, a derrota das NU e até uma guerra contra o Iraque, entre outras.
(…)
Uri Avnery, publicador israelita, escreveu na altura: "Isto não é uma guerra contra Saddam. Isto é uma guerra pelo poder global a nível económico, cultural, político e militar." Este autor viu-se, na altura, confrontado com severas críticas. Os acontecimentos registados até à invasão do Iraque e a linguagem oficial da Casa Branca, porém, parecem confirmar as afirmações de Uri Avnery.

Leia mais aqui: "Pax Americana I"

Nunca antes se ouviu falar tanto dos falcões na Casa Branca. Em princípio, o raciocínio político de tais neo-conservadores corresponde àquilo que na Europa seria designado de extrema direita e/ou de neo-nazismo. Se algum político europeu manifestasse públicamente nestas bandas do Atlântico um semelhante raciocínio totalitário, ver-se-ia de imediato exposto a severas críticas, no mínimo.
Ao contrário nos EUA, onde o grupo de neo-conservadores tem um método de actuar, que é tão simples como eficiente: tradicionalmente unidos com o Partido Republicano e na generalidade ocupadores de posições de relevo na indústria petrolífera e militar, criam associações e institutos, pelos quais fornecem os respectivos Presidentes com informações, análises e estratégias. Dois desses Institutos, que desempenharam um papel importante no ataque ao Afeganistão e ao Iraque, são o PNAC* (Project for the New American Century) e o American Enterprise Institut.
(…)
A influência dos neo-conservadores durante a presidência de Ronald Reagan e de Bush sénior era praticamente secreta. As respectivas campanhas eleitorais tinham sido financiadas por um bloco de industriais neo-conservadores, mas a presença política dos mesmos na Casa Branca ficou reduzida à insignificância.
Em 1992 é levado a conhecimento público um documento secreto arquivado no Pentágono. O conteúdo: política externa imaginada pelos neo-conservadores. Todo o conteúdo do documento é resumido no mesmo com uma exigência dos autores, cite-se: "Exige-se uma eterna hegemonia americana a nível global". A linguagem usada no documento é claramente autoritária. Assim, uma das frases, por ex.:"Os EUA têm de manter mecanismos que impeçam a concorrência política de desempenhar um papel global".
(…)
Os falcões estão hoje organizados nas chamadas "fábricas de ideias" (Think Tanks). São institutos que fornecem o Presidente com análises, estudos, peritagens, etc. As mais conhecidas actualmente: Rand Corporation, PNAC, AVOT e American Enterprise Institut. Em princípio, basta ler os documentos destas, para imaginar qual a próxima atitude dos EUA sob Bush. Um documento da PNAC, datado de 2000, já exigia a ocupação do Afeganistão e do Iraque, por exemplo. Um documento polémico, porque se fala na necessidade de um acontecimento realmente extraordinário, que sirva de motivo para a concretização dos objectivos definidos.
A administração Bush tem actualmente um único membro que não é falcão: Powell.

Leia mais aqui: "Presidenciais à falcão"


Texto extraido do *PNAC (sem link porque nao quero ter links com ideologias destas):
PNAC - The Project for the new American Century
Established in the spring of 1997, the Project for the New American Century is a non-profit, educational organization whose goal is to promote American global leadership.

“Conservatives have criticized the incoherent policies of the Clinton Administration. (…) They (the Clinton Administration) have allowed differences over tactics to obscure potential agreement on strategic objectives. And they have not fought for a defense budget that would maintain American security and advance American interests in the new century.
We aim to change this. We aim to make the case and rally support for American global leadership.
Does the United States have the resolve to shape a new century favorable to American principles and interests? (…)
Our aim is to remind Americans of these lessons and to draw their consequences for today. Here are four consequences:
• we need to increase defense spending significantly if we are to carry out our global
responsibilities today and modernize our armed forces for the future;
• we need to strengthen our ties to democratic allies and to challenge regimes hostile to our interests and values;
• we need to promote the cause of political and economic freedom abroad;
• we need to accept responsibility for America's unique role in preserving and extending an international order friendly to our security, our prosperity, and our principles.
Such a Reaganite policy of military strength and moral clarity may not be fashionable today. But it is necessary if the United States is to build on the successes of this past century and to ensure our security and our greatness in the next.
June 3, 1997”



PNAC - O plano, fase II
O plano de 1992 viria a ser "melhorado" em Setembro de 2000 e a parte referente aos textos anteriores passaria a ter o título "Rebuilding America´s Defense´s". Aos já mencionados autores ajuntar-se-iam oficialmente Cheney e Rumsfeld. O tema do novo plano seria o mesmo, já conhecido de 1992: instaurar uma dominância americana a nível global.
Na nova obra, sublinha-se "como evitar que surja uma potência alheia e como impôr uma Nova Ordem global segundo os princípios e os interesses americanos."
A análise do curriculum dos membros de um Governo recém-nomeado é tarefa praticamente obrigatória de qualquer administração política. E a administração de Bush em si já não anúnciava coisa boa:
G. W. Bush - Gerente das empresas petrolíferas Arbusto/Bush Exploration (1978-1984) e Harken (1986-1990) – petróleo
Dick Cheney - Vice-Presidente: chefe da Halliburton (1995-2000) – petróleo
Condoleezza Rice - Conselheira de Segurança: Membra do Executivo na Chevron (1991 a 2000) – petróleo
Spencer Abraham - Ministro da Energia: Senador de Michigan, apoiado pela indústria automóvel
Donald Evans - Ministro do Comércio: Presidente da Tom Brown (1979 a 2000) – petróleo
Colin Powell - Ministro dos Negócios Estrangeiros: Uma célebre frase de Powell de 1991, quando interrogado por qual táctica iria optar para enfrentar as tropas de solo iraquianas: "É simples, primeiro um cerco e depois matamo-los.
Gale Norton - Ministra da Administração Interna: Advogada e conselheira de empresas ligadas ao sector da energia - petróleo, entre outros
James Woolsey - Ex-Chefe do CIA: mantém excelentes contactos com todos os republicanos conservadores e vê no Iraque o culpado de todos os ataques terroristas dos últimos anos.
John Ashcroft - Ministro da Justiça: neo-conservador dos duros, fundamentalista religioso, apoia a abolição dos direitos humanos no combate ao terrorismo.
Richard Armitage - Secretário de Estado no Ministério dos Negócios Estrangeiros: melhor ajudante de Powell no rumo da superpotência EUA no estrangeiro.
Donald Rumsfeld - Ministro da Defesa: neo-conservador. Por vontade dele, a guerra contra o terrorismo não ficará pelo Afeganistão e Iraque.
R. Perle - Conselheiro do Pentágono; falcão assumido. Ex-conselheiro na indústria bélica
Karl Rove - Conselheiro do Presidente: é o conselheiro de "mais peso". Apoia uma mão dura dos EUA para com o resto do Mundo.
Ler mais aqui: "Pax Americana II..."

Uma boa desinformação é meio-caminho andado. Uma boa guerra americana tem de ser acompanhada por uma boa desinformação(…)
Nenhuma outra guerra antes do 11 de Setembro de 2001 incluiu tanta desinformação e publicidade. As tecnologias melhoraram. A informação global permite actuar em dimensões até há pouco desconhecidas.

Ler mais aqui: "Pax Americana III..."

Os homens expostos aos nossos olhares estão amarrados por correntes. Algemas em pés e mãos, unidas por uma corrente curta, obrigando assim o prisioneiro a uma posição de humildade. Boca, nariz e ouvidos cobertos, luvas e óculos próprios para o efeito eliminam definitivamente os cinco sentidos. Domesticação modelo americano, © 2001?
Leia mais aqui: "Tortura branca, morte muda"

Sunday, May 09, 2004

Atitudes ditatoriais

Dizer adeus marca sempre de algum modo, nao importa o quanto estamos habituados a faze-lo.
Dizer adeus esta sempre associado a uma sensacao de perca nem que seja momentanea.
Dizer adeus ate 'a proxima, e' um reconforto pois esperamos o reencontro, mas dizer adeus para sempre, quebra elos entre nos e alguem ou a algo que deixa de existir nas nossas vidas.
Ontem chegou a hora de dizer uma vez mais adeus, nao a alguem mas a um espaco fisico, no qual vivi bons momentos.
O meu bar, fechou as portas. E' apenas um bar, para que tanta importancia? Porque este bar foi durante os ultimos meses a minha escola que me ensinava muitas coisas. Neste bar aprendi muito sobre a cultura da ilha onde se encontra, a Formosa. Ali aprendi a conhecer um povo, uma Historia, uma cultura e a pouco e pouco uma lingua. Este bar ensinou-me a integrar numa cultura diferente da minha, ensinou-me tambem a ver as semelhancas que essa cultura tem com a minha e ensinou-me a gerir as diferencas de modo a facilitar a minha integracao e quase aculturacao.
Este adeus foi festejado porque fica a esperanca de surgir um novo espaco onde as licoes continuarao!
A festa foi bastante animada ate' 'a 01:30 am (e agora entra aqui o titulo do blog), quando a policia entrou no bar aos gritos, que nem agentes da PIDE talvez o fizessem. A atitude da policia foi longe de ser profissional ou civilizada. Aos gritos, mandou as pessoas para o fundo da sala, fez o controlo de identificaco e um a um fomos saindo. A festa acabou nesse momento, sem motivo algum pois o bar tinha licenca para operar ate 'as 3:00 am, mandou encerrar o bar e levou o proprietario para a esquadra.
Hoje vim a saber, que a policia fez isso, porque se dancava no bar e este nao tinha licenca de discoteca. Fiquei a saber que em Taiwan, quando se esta' num bar a ouvir musica de que se gosta, nao se deve fazer qualquer movimento com o corpo que possa ser interpretado como uma danca.
Na realidade nao e' isso que se passa, o que se passou ontem a noite foi um pequeno exemplo de que uma policia e' capaz de fazer quando foi formada durante os ultimos 50 anos por um regime militar e ditatorial.
Hoje ha' democracia em Taiwan, mas e' ainda muito jovem e fragil, o sistema socio-politico ainda tem muito do passado recente.
Um povo colonizado durante 50 anos por japoneses para depois serem libertados por um regime ditatorial que os calou a medo durante outros 50 anos, comeca a ter voz e a exigir os seus direitos, mas nao o faz ainda com o avontade de quem esta numa democracia.
Foi revoltante ver a atitude da policia esta noite nesse bar que tanto me ensinou sobre este povo e mais revoltante foi de ver o medo mudo dos meus amigos que hoje se sentem culpados por so' por terem dançado!
Fica aqui alguns momentos da festa e de acordo com a policia, a prova do "crime":