Monday, May 10, 2004

Porque sera que o mundo condena a politica externa dos USA ao ponto de recear as suas consequencias?

Antes de dizer qualquer coisa queria deixar aqui saliente, que nao se deve confundir o povo Americano com as politicas externas do governo Americano.
As decisoes e tacticas do ultimo, nao representam o primeiro.
O povo Americano tambem e’ vitima dessas decisoes e tacticas tal como o resto do mundo.
Para alem daquilo que os media nos “enformam”, ainda nos e’ possivel a alguns de nos ver para alem daquilo que eles querem que nos vejamos.
A proposito dum post publicado no blog Vivendo a Vida entitulado “Disney proibe distribuição do último filme de Michael Moore, por ser crítico de Bush” e relativamente ao mesmo assunto, foi publicado no blog Os Tempos que correm um outro post entitulado “A temperatura a que arde a liberdade.”, levou-me a preparar este post para aqui deixar alguns pontos de vista que tentam responder ‘a pergunta acima colocada.
Em Fevereiro de 2003, li um artigo num jornal de prestigio norte americano (do qual nao me recordo o nome), entitulado qualquer coisa como “A estrategia dos 4 M’s”. Basicamente o artigo acusava a existencia de estrategias politicas, cujos objectivos seriam de americanizar o mundo, utilizando 4 M’s: Money; Media; Marketing; Military.
O artigo desenvolveu, o significado de cada “M” e demonstrou exemplos practicos e reais das suas aplicacoes.
O artigo era de certo modo chocante pois alertava para a existencia de uma conspiração a alto nivel na politica dos USA para a longo prazo colonizar o planeta.
Perdi o artigo e ate nem me recordo o jornal que o publicou, ja que na altura so tive acesso ao recorte.
No entanto ficou-me a ideia dos 4M’s e cada dia que passa consigo ver o que o jornalista nos queria transmitir nesse artigo.
‘A falta do artigo, fica aqui extratos de textos publicados no “Frontal”, que se define como um jornal independente, em português, virtual, cujo único objectivo é informar o mais próximo possível da verdade:

Institutos americanos da extrema-direita, os chamados Think Tanks, abandonaram 1998 a sua existência à berma do ocultismo e iniciaram a publicação dos seus planos para um Império Americano, a derrota das NU e até uma guerra contra o Iraque, entre outras.
(…)
Uri Avnery, publicador israelita, escreveu na altura: "Isto não é uma guerra contra Saddam. Isto é uma guerra pelo poder global a nível económico, cultural, político e militar." Este autor viu-se, na altura, confrontado com severas críticas. Os acontecimentos registados até à invasão do Iraque e a linguagem oficial da Casa Branca, porém, parecem confirmar as afirmações de Uri Avnery.

Leia mais aqui: "Pax Americana I"

Nunca antes se ouviu falar tanto dos falcões na Casa Branca. Em princípio, o raciocínio político de tais neo-conservadores corresponde àquilo que na Europa seria designado de extrema direita e/ou de neo-nazismo. Se algum político europeu manifestasse públicamente nestas bandas do Atlântico um semelhante raciocínio totalitário, ver-se-ia de imediato exposto a severas críticas, no mínimo.
Ao contrário nos EUA, onde o grupo de neo-conservadores tem um método de actuar, que é tão simples como eficiente: tradicionalmente unidos com o Partido Republicano e na generalidade ocupadores de posições de relevo na indústria petrolífera e militar, criam associações e institutos, pelos quais fornecem os respectivos Presidentes com informações, análises e estratégias. Dois desses Institutos, que desempenharam um papel importante no ataque ao Afeganistão e ao Iraque, são o PNAC* (Project for the New American Century) e o American Enterprise Institut.
(…)
A influência dos neo-conservadores durante a presidência de Ronald Reagan e de Bush sénior era praticamente secreta. As respectivas campanhas eleitorais tinham sido financiadas por um bloco de industriais neo-conservadores, mas a presença política dos mesmos na Casa Branca ficou reduzida à insignificância.
Em 1992 é levado a conhecimento público um documento secreto arquivado no Pentágono. O conteúdo: política externa imaginada pelos neo-conservadores. Todo o conteúdo do documento é resumido no mesmo com uma exigência dos autores, cite-se: "Exige-se uma eterna hegemonia americana a nível global". A linguagem usada no documento é claramente autoritária. Assim, uma das frases, por ex.:"Os EUA têm de manter mecanismos que impeçam a concorrência política de desempenhar um papel global".
(…)
Os falcões estão hoje organizados nas chamadas "fábricas de ideias" (Think Tanks). São institutos que fornecem o Presidente com análises, estudos, peritagens, etc. As mais conhecidas actualmente: Rand Corporation, PNAC, AVOT e American Enterprise Institut. Em princípio, basta ler os documentos destas, para imaginar qual a próxima atitude dos EUA sob Bush. Um documento da PNAC, datado de 2000, já exigia a ocupação do Afeganistão e do Iraque, por exemplo. Um documento polémico, porque se fala na necessidade de um acontecimento realmente extraordinário, que sirva de motivo para a concretização dos objectivos definidos.
A administração Bush tem actualmente um único membro que não é falcão: Powell.

Leia mais aqui: "Presidenciais à falcão"


Texto extraido do *PNAC (sem link porque nao quero ter links com ideologias destas):
PNAC - The Project for the new American Century
Established in the spring of 1997, the Project for the New American Century is a non-profit, educational organization whose goal is to promote American global leadership.

“Conservatives have criticized the incoherent policies of the Clinton Administration. (…) They (the Clinton Administration) have allowed differences over tactics to obscure potential agreement on strategic objectives. And they have not fought for a defense budget that would maintain American security and advance American interests in the new century.
We aim to change this. We aim to make the case and rally support for American global leadership.
Does the United States have the resolve to shape a new century favorable to American principles and interests? (…)
Our aim is to remind Americans of these lessons and to draw their consequences for today. Here are four consequences:
• we need to increase defense spending significantly if we are to carry out our global
responsibilities today and modernize our armed forces for the future;
• we need to strengthen our ties to democratic allies and to challenge regimes hostile to our interests and values;
• we need to promote the cause of political and economic freedom abroad;
• we need to accept responsibility for America's unique role in preserving and extending an international order friendly to our security, our prosperity, and our principles.
Such a Reaganite policy of military strength and moral clarity may not be fashionable today. But it is necessary if the United States is to build on the successes of this past century and to ensure our security and our greatness in the next.
June 3, 1997”



PNAC - O plano, fase II
O plano de 1992 viria a ser "melhorado" em Setembro de 2000 e a parte referente aos textos anteriores passaria a ter o título "Rebuilding America´s Defense´s". Aos já mencionados autores ajuntar-se-iam oficialmente Cheney e Rumsfeld. O tema do novo plano seria o mesmo, já conhecido de 1992: instaurar uma dominância americana a nível global.
Na nova obra, sublinha-se "como evitar que surja uma potência alheia e como impôr uma Nova Ordem global segundo os princípios e os interesses americanos."
A análise do curriculum dos membros de um Governo recém-nomeado é tarefa praticamente obrigatória de qualquer administração política. E a administração de Bush em si já não anúnciava coisa boa:
G. W. Bush - Gerente das empresas petrolíferas Arbusto/Bush Exploration (1978-1984) e Harken (1986-1990) – petróleo
Dick Cheney - Vice-Presidente: chefe da Halliburton (1995-2000) – petróleo
Condoleezza Rice - Conselheira de Segurança: Membra do Executivo na Chevron (1991 a 2000) – petróleo
Spencer Abraham - Ministro da Energia: Senador de Michigan, apoiado pela indústria automóvel
Donald Evans - Ministro do Comércio: Presidente da Tom Brown (1979 a 2000) – petróleo
Colin Powell - Ministro dos Negócios Estrangeiros: Uma célebre frase de Powell de 1991, quando interrogado por qual táctica iria optar para enfrentar as tropas de solo iraquianas: "É simples, primeiro um cerco e depois matamo-los.
Gale Norton - Ministra da Administração Interna: Advogada e conselheira de empresas ligadas ao sector da energia - petróleo, entre outros
James Woolsey - Ex-Chefe do CIA: mantém excelentes contactos com todos os republicanos conservadores e vê no Iraque o culpado de todos os ataques terroristas dos últimos anos.
John Ashcroft - Ministro da Justiça: neo-conservador dos duros, fundamentalista religioso, apoia a abolição dos direitos humanos no combate ao terrorismo.
Richard Armitage - Secretário de Estado no Ministério dos Negócios Estrangeiros: melhor ajudante de Powell no rumo da superpotência EUA no estrangeiro.
Donald Rumsfeld - Ministro da Defesa: neo-conservador. Por vontade dele, a guerra contra o terrorismo não ficará pelo Afeganistão e Iraque.
R. Perle - Conselheiro do Pentágono; falcão assumido. Ex-conselheiro na indústria bélica
Karl Rove - Conselheiro do Presidente: é o conselheiro de "mais peso". Apoia uma mão dura dos EUA para com o resto do Mundo.
Ler mais aqui: "Pax Americana II..."

Uma boa desinformação é meio-caminho andado. Uma boa guerra americana tem de ser acompanhada por uma boa desinformação(…)
Nenhuma outra guerra antes do 11 de Setembro de 2001 incluiu tanta desinformação e publicidade. As tecnologias melhoraram. A informação global permite actuar em dimensões até há pouco desconhecidas.

Ler mais aqui: "Pax Americana III..."

Os homens expostos aos nossos olhares estão amarrados por correntes. Algemas em pés e mãos, unidas por uma corrente curta, obrigando assim o prisioneiro a uma posição de humildade. Boca, nariz e ouvidos cobertos, luvas e óculos próprios para o efeito eliminam definitivamente os cinco sentidos. Domesticação modelo americano, © 2001?
Leia mais aqui: "Tortura branca, morte muda"

No comments: