Um ano depois de ter precorrido horrorizado, a costa do sudeste do Sri Lanka, pareceu-me que infelizmente pouco tinha mudado.
Tal como no ano passado, a paisagem repete-se sem fim: kilometros apos kilometros de ceu azul, de mar tranquilo e de palmeiras verdes.
Um cenario quase idílico... nao fosse a devastação e a destruição serem tambem uma constante ao longo desta costa violentamente agredida.
As ruinas vazias e abandonadas, testemunham a força destruidora que por la' passou e que em poucos minutos transformou o paraiso num inferno mortifero.
No meio de tanta destruição, ficou-me na memoria algo que tinha visto de relance o ano passado mas que mais tarde duvidei se realmente o tinha visto. Este ano pude confirmar que afinal nao tinha sido imaginação minha:
La' estava, a laje de betao armado, dobrada a meio, abraçando o tronco duma palmeira, como se de uma folha de cartao se tratasse.
Um pouco por toda a parte, pode-se obervar outros promenores, que de forma quase cientifica, nos transmitem a intensidade dessa força destruidora:
Como por exemplo, tijolos heroicamente erguidos com argamassas miraculosas mas feridos como se tivessem sido submetidos 'a forca de erosão de seculos;
ou barras de ferro dobradas como de folhas de papel se tratasse.
Mas talvez nao haja indicador mais intenso, do que a dor estampada na cara do homem que ficou sozinho apenas com as ruinas das paredes daquilo que ate' 'a manha de 26 de Dezembro de 2004, tinha sido o seu lar e o da sua familia, agora desaparecida.
Um ano depois, apenas a vegetação, avança timidamente tentando encobrir aquilo que os homens nao esquecem.
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