Como resposta ao entusiasmo demonstrado pelos meus amigos blogers, ‘a fotografia escolhida pelo Miguel e o Bruno do H2omens, e como que para vos agradecer as vossas palavras simpaticas, compartilho aqui um pouco da experiencia vivida ‘a volta desse click, a caminho do céu:
Tinha ido varias vezes ao “consulado” da China em Hong Kong, para tentar obter um visto para ir ao Tibete. A resposta era sempre a mesma: “aqui nao imitimos vistos para o Tibete, apenas para a China. Ficava sempre furioso pela falta de informacao no fim quase que fui corrido do edificio quando me lembrei de dizer “de facto teem razao, o Tibete nao e’ China”.
Sabia que era relativamente facil ir ao Tibete, se fosse em viagem organizada, tipo excursao, mas nao tolero tal forma de viajar, acho que dessa forma nao e' viajar, roubam-nos a tao importante liberdade de escolha.
Acabei por descobrir que para se chegar ao Tibete, como turista independente, a melhor forma seria de facto, tirar um visto para a China (a tal que nao incuia o Tibete), voar para Chengdu e la’ tentar arranjar toda a papelada necessaria num mercado obscuro mas existente.
E assim foi, em Abril de 2001, finalmente consegui reunir as condicoes de me por a caminho do Tibete e la fui,patindo de Hong Kong com um bilhete ida-e-volta para Chengdu (apenas).
Em Chengdu, capital da provincia chinesa Sichuan, terra dos pandas e de comida picante, com algumas incertezas, la’ consegui passagem e a documentacao necessaria (montes de papelada com montes de carimbos) para aterrar em Lhasa.
Himalaias entre Chengdu e Lhasa - Apr.2001
Lhasa, que quer dizer em tibeteano “a terra dos deuses”, fica a uma altitude de 3650 metros.
Potahla - Lhasa, Tibete - Apr.2001
Para quem chega de aviao, pode contar com uns 3 a 4 dias de indisposicao fisica com forte dores de cabeca continua e sintomas muito semelhantes aos sentidos durante a aterragem dum aviao. O ambiente e’ sequissimo, havendo uma necessidade constante ao longo de 24 horas por dia de beber agua, aplicar cremes hidratantes e urinar (pois nao se transpira). A dieta local e’‘a base de carne e derivados do yack (buffalo local). Durante esses 3 a 4 dias em que o organismo se tenta adaptar a tais altitudes e condicoes ambientais, convem ficar em Lhasa e nao subir a altitudes mais elevadas, pois isso iria agravar os sintomas, ja de si nada agradaveis.
Ao fim desses dias de suplicio, sentimos-nos quase tibeteanos, ambientados ao espaco, habituados ‘a dieta local e envolvidos de espiritualidade...
Rostos Tibeteanos - Tibete - Apr.2001
E’ entao altura de partir e ir mais longe e mais alto e assim deixamos Lhasa, ‘a procura do mosteiro Samye, o primeiro mosteiro budista a ser construido no Tibete, ' volta de 775 a 779, situado algures no soudeste do territorio, numa encosta duma montanha, nas margens do rio Brahmaputra.
Foi a caminho deste mosteiro, que me deu a sensacao de estar a caminho do ceu. A certa altura paramos no alto duma montanha e hipnotisado pela paisagem fiz o tal clique. Lembro-me que quando estava a fazer esse clique, estava quase em extase pela forma como a paisagem me estava a possuir. Juro que nao estava sobre o efeito de nenhum produto quimico nem tao pouco sobre o efeito de qualquer ritual religioso, foi apenas a beleza daquela paisagem e talvez a composicao do ar que me levou a sentir... a caminho do ceu!
Ficam aqui mais uns cliques que se seguiram e no proximo post compartilharei uma pequena aventura aquando da travessia do rio Brahmaputra, a caminho do mosteiro Samye.
Note-se que a uma altitude da ordem dos 4000 metros, deixa de haver vegetacao, a cor verde deixa de pertencer ao espectro que a natureza nos oferece sendo substituida pelas cores pastel fazem-nos sentir parte duma aquarela.
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