‘A medida que os dias foram passando, o nosso medo e preocupacao foi dando lugar a um sentimento de compaixao e simpatia pelas pessoas de Phnom Penh.
Fomos ouvindo as suas historias dramaticas que viveram durante os ultimos anos sempre em guerra. Reparavamos que nao era com revolta que nos contavam os seus dramas nem com inveja que nos olhavam. Eram seres humanos conscientes da suas condicoes precarias mas felizes por ja’ nao estarem em guerra e por nos ver ali com eles. Davamos-lhes a ideia que os estrangeiros voltavam a ter confianca no seu pais. Os sorrisos genuinamente cativantes e humildes, associados ao que ouviamos e ao que viamos contagiou-nos duma imensa compaixao e auto-consciencializacao de como nos ocidentais temos tanto e nem sempre sabemos aperciar o paraiso em que vivemos.
Gerou-se entre nos um ‘a vontade entre aquele povo cativante que esquecemos completamente os riscos que corriamos (as barcacas eram por vezes atacadas pelos Khmer Rouge) e resolvemos ir para Siem Reap de barco.
Tal como o Henri Mouhot, explorador frances(1826-1861), o tinha feito em Janeiro de 1860 quando andava em busca dum acesso ‘a China a partir de Phom Penh, seguindo o Mekong para norte, acabando por descobrir uma vasta area de monumentos em ruinas – Angkor – o destino da nossa aventura.
As 6 horas de viagem, de Phnom Penh a Siem Reap, a subir o rio Mekong numa barcaça, sentados em sacos de arroz, deu para ir apreciando a paisagem, por vezes dando-nos a sensacao de que estavamos a viver um filme, mais concretamente o Apocalypse Now.
Este tempo deu tambem para descobrir a obra de Henri Mouhot, “Voyage à Siam et dans le Cambodge”. Foi com esta publicacao que o mundo occidental retomou contacto com a existencia duma cidade perdida da antiguidade, Angkor (capital do imperio Khmer, construida entre os sec IX e XIII). Henri Mouhot, designa esta parte do mundo por Siam, pois na altura (sec XIX), esta regiao, outrora pertencente ao imperio Khmer, pertencia a Siam. Para mais promenores deste periodo da historia dos imperios Siam e Khmer, clique aqui.
Entretanto, rio acima, a meio da viagem, entra-se no vasto imenso lago Tonle’ Sap, que mais parece um oceano, com povoacaoes flutuantes.
‘A medida que iamos subindo o rio, o que viamos e aprendiamos e sobretudo a humildade das pessoas, mexia conosco la' por dentro.
E foi assim que apos uma viagem fascinante e espiritualmente enriquecedora, chegamos a Siem Reap - cidade do Cambodja perto das ruinas de Angkor.
Amanha: Tripping in Cambodia - part IV - "'A descoberta da cidade perdida - Angkor"
No comments:
Post a Comment