Nao, nao e' ainda o fim do Tripping, e' apenas a mudanca da sua sede. Ate' la', ha' uma travessia entre dois mundos a fazer, que inevitavelmente esta' a provocar caos e dai' esta descontinuidade aqui pressentida.
Ja’ aqui tenho dito que sinto um enorme desalento, quando tenho de fazer face ao fim e logo que a vida nao e’ mais do que uma sucessão de fins, que nos conduzem a novos inicios... mas mesmo sabendo isso, nao me habituo...
E quando se trata de um fim colectivo - ou seja o fim de muita coisa ao mesmo tempo, quase de tudo o que nos rodeia no presente - e temos que partir para longe, para comecar de novo, o desconforto e’ ainda mais penoso.
E' um desses fins que se me avizinha. Vou deixar Taiwan, o comboio vai comecar a andar e vou ter de partir para outras paragens, fazer andar outros comboios.
Por razoes profissionais e por uma boa dose de curiosidade, em breve deixo Taiwan e mudo-me para Qatar. Nao deveria estar triste, pois tal como o Helder Blayer disse: -
“Quando for grande, quero dar a volta ao mundo. Foi sempre um desejo meu, desde pequeno. Conhecer terras, gentes, costumes e sei lá mais o quê.(...)”
Helder Blayer "Opramim" 1997 - Açores, Ponta Delgada
(texto publicado na internet em link desconhecido, cujo autor encontrei a sua galeria de fotos aqui)
- tambem eu sempre quis ver o mundo, e isso sei que e' impossivel de se realizar sem partir e sem chegar.
Sei tambem que quando se chega a um sitio novo, acabamos por passar pelas etapas que aqui descrevi: “Integracao Cultural - da "Honey Moon Period" 'a Aculturacao”.
E mesmo sabendo e experimentando isso varias as vezes, ainda nao aprendi a ser insensivel aos dias que antecedem ‘a partida, ao abandono e ao fim...
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